Coronavirus e gestante!

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19 março 2020


Tranquilizar a gestante e seu bebê ainda é um dos melhores remédios


Muito tem se falado sobre o coronavírus, e algumas informações por sua vez são contrastantes com o cenário real que estamos vivendo. Então vamos lá.
Já contabilizamos mais de 159 países infectados, já estamos passando de 180.000 mil casos e mais de 7.000 mortes pelo mundo, e as estatísticas crescem a cada segundo.

Como evitar o pânico e o ruído das informações que afetam uma grande parcela de gestantes em nossa população, mundo afora!
Precisamos tranquilizar este público, sobre como se portar diante do quadro que estamos vivendo. O vírus pode causar desde um resfriado comum, até síndromes respiratórias graves e seu período de incubação varia de 2 a 14 dias. Este tem sido o padrão que orienta o período de quarentena.
As formas de disseminação e contaminação viral são por meio de secreções e excreções respiratórias por: espirro, tosse, contato físico direto com pessoa infectada à menos de 1 metro, indução de objeto contaminado à boca, olhos ou nariz, levar a mão à boca após cumprimento de pessoas acometidas ou tocar em superfícies ou objetos contaminados.

Existem riscos para grávidas e seus bebês?
A infecção COVID-19 em gestantes e puérperas é pouco conhecida, tratando-se de um vírus novo. É uma doença de aparecimento recente, não havendo conhecimento específico, protocolos nem manuais. Em decorrência disto, várias orientações tem base nas infecções causadas por outros vírus (SARS-CoV, MERS-CoV e H1N1) que tiveram poucos casos obstétricos conhecidos, observados e publicados.

 Os dados conhecidos realçam a importância dos cuidados com a transmissão e contaminação do vírus, além do suporte necessário para estas gestantes e bebês.
Devemos focar principalmente na contenção da pandemia, evitando a transmissão, para que o surto não se alastre.
Até o momento, os casos de gestantes acometidas não foram graves e a evolução foi boa. Todas as pacientes referiam história clara de exposição a pessoas com a infecção. A idade gestacional variou de 36 a 38 semanas. 
Os sintomas mais comuns foram febre e pneumonia em todas as gestantes. Duas gestantes evoluíram para trabalho de parto prematuro, com mais de 36semanas, mas com boa evolução. Em relação aos recém nascidos, não houve nenhuma morte fetal nem morte neonatal.
Também não foi detectado nenhum caso de transmissão vertical do vírus, ou seja, nenhum estudo demonstrou a passagem do vírus pela placenta e nem infecção dos bebês, até o momento. 
Os exames não comprovaram a presença dos vírus em NENHUM BEBÊ nascido de mães infectadas com COVID19. A grande maioria dos partos realizados foram cesarianas e a amamentação não foi permitida nem realizada para evitar contagio direto do recém-nascido.
As consultas de pré-natal de gestantes deverão ser realizadas com cuidados de higienização e medidas gerais para evitar a transmissão, para o atendimento de gestante em “caso suspeito” ela deverá utilizar máscara de proteção e o médico deverá utilizar luvas, óculos e avental (O uso de máscara pela equipe de atendimento ainda não está indicado pelo Ministério da Saúde, pois se conhece muito pouco desse novo vírus).
Importante lembrar que nos casos suspeitos devem considerar o H1N1 como um dos principais diagnósticos diferenciais, ao lado das pneumonias bacterianas típicas e atípicas; em alguns casos, vale tratar como se fossem estes outros agentes até confirmar ou não o quadro do COVID19.

Toda a população de risco, principalmente gestantes e idosos devem se vacinar o quanto antes para H1N1 – Ministério da Saúde antecipou a campanha de vacinação com início para o próximo dia 23 de março.

Dentre estas orientações às gestantes salienta-se:
• evitar aglomerações, contato com pessoas febris e contato com pessoas apresentando manifestações de infecção respiratória;
• higienização das mãos, com água e sabão, e só depois álcool em gel;
• evitar contato das mãos com boca, nariz ou olhos - são as medidas
mais efetivas contra a disseminação destas duas infecções;

Até o momento não existe nenhuma informação sobre algum tipo de malformações relacionada ao novo vírus, e nem um consenso sobre qual tipo de parto deve ser realizado e o aleitamento natural.
As decisões sobre o parto de emergência e a interrupção da gravidez são desafiadoras e baseadas em muitos fatores: idade gestacional, idade materna condição e estabilidade fetal e consultas com especialistas em obstetrícia, neonatal e terapia intensiva (dependendo da condição da mãe) são essenciais.
Mais uma vez, reitero que temos que focar em conter a disseminação deste vírus. É a melhor forma de vencermos com menos prejuízos à população mundial.

Clínica Por Elas
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