Dislexia: diagnóstico exige avaliação detalhada

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12 junho 2023

 


 


Para a Juliana Amorina, presidente do Instituto ABCD, uma equipe composta por profissionais diversos garante uma avaliação integral, com olhares específicos de cada área de conhecimento


O diagnóstico da Dislexia inclui avaliações de habilidades e competências específicas e análise de alguns possíveis fatores de exclusão como: deficiência intelectual, déficits visuais e auditivos não corrigidos, outros transtornos neurológicos, adversidade psicossocial, falta de proficiência na língua de instrução acadêmica ou instrução educacional inadequada.


A equipe de avaliação varia de acordo com os sintomas apresentados e do centro ou clínica responsável pela avaliação e pode ser composta por psicólogo, neuropsicólogo, fonoaudiólogo, médico (pediatra, neuropediatra, neurologista e/ou psiquiatra) e psicopedagogo. “Uma equipe multidisciplinar garante uma avaliação integral, com contribuições e olhares específicos de cada área de conhecimento. Para que a avaliação multidisciplinar funcione, é fundamental que a equipe se reúna e compartilhe os resultados das avaliações especializadas, chegando a uma conclusão representativa das áreas investigadas”, comenta Juliana Amorina, presidente do Instituto ABCD, organização sem fins lucrativos responsável por disseminar conhecimentos que impactem positivamente a vida dos brasileiros com dislexia.


De acordo com Juliana, a avaliação das habilidades e competências específicas deve incluir :


  • Consciência fonológica: habilidade para reconhecer e manipular sons da língua falada.


  • Memória fonológica: habilidade para lembrar e utilizar sons, sílabas e palavras.


  • Nomeação automática rápida: habilidade para nomear objetos, cores, letras e dígitos de forma rápida.


  • Vocabulário receptivo: compreensão de palavras ouvidas.


  • Associação fonema-grafema: compreensão da relação entre os sons e seus símbolos (letras e sequências de letras).


  • Decodificação: habilidade para utilizar as associações entre sons e letras a fim de identificar e pronunciar palavras escritas.


  • Leitura oral fluente: habilidade para ler de forma correta, com fluência e entonação apropriada, facilitando a compreensão.


  • Compreensão leitora: competência de interpretar e compreender informações de um texto escrito.


  • Escrita de palavras; pseudopalavras, frases, parágrafos e textos. 


Juliana reforça que é importante colher dados sobre a criança ou adolescente por meio de conversas com a família e da análise do histórico escolar. É necessário investigar quando as dificuldades escolares se iniciaram e como se deu o desenvolvimento infantil durante a primeira infância.


A especialista recomenda ainda examinar as habilidades matemáticas. “Alguns alunos com dislexia têm dificuldade para decorar e nomear informações numéricas, como a tabuada, mas apresentam habilidades matemáticas adequadas na realização de cálculos e na resolução de problemas”. Segundo ela, o baixo desempenho em matemática pode ser consequência da dificuldade para ler os enunciados dos problemas. Ao avaliar as habilidades matemáticas, é importante considerar se as dificuldades apresentadas são apenas consequência da dislexia ou se vão além, indicando a discalculia, transtorno da aprendizagem específico na matemática.


Sobre o Instituto ABCD

O Instituto ABCD https://www.institutoabcd.org.br/ é uma instituição sem fins lucrativos, que trabalha desde 2009 para melhorar e desenvolver a vida de pessoas com dislexia e outros transtornos de aprendizagem, com o objetivo de que todos tenham sucesso na escola, no trabalho e na vida.



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