Orientador educacional

Qual é a importância do especialista no processo de ensino e aprendizagem

Com o passar do tempo e as mudanças no ensino, o papel do profissional tem sido de enorme importância para os alunos, bem como no relacionamento dele com a família e com a comunidade escolar.

A educação funciona como uma grande engrenagem. Cada peça tem sua razão de ser e existir e contribui, cada uma a seu modo, para o processo de aprendizagem. Se uma falha, tudo para. Do inspetor ao aluno, passando pelos professores e familiares, a rede educacional é variada e ampla. Dentro dela, um profissional tem sido de fundamental importância, sobretudo nos dias de hoje: o orientador educacional ou escolar. 

“O impacto do orientador nesse processo é, exatamente, fazer girar essa grande engrenagem, ou seja, fazer acontecer o processo de ensino e aprendizagem com responsabilidade e de forma efetiva e eficaz. Precisamos tirar do imaginário popular que o orientador está ali apenas para manter uma comunicação com a família ou para sancionar aluno em situações disciplinares. Não, ele faz parte do processo de ensino e aprendizagem e contribui para o crescimento educacional, social e responsável desse educando”, afirma Alisson Lima, orientador educacional do colégio Objetivo-DF.

Uma palavra que define este profissional é mediação. Ele presta toda a assistência necessária ao educando a fim de oportunizar seu pleno desenvolvimento, mediando a relação entre o ambiente escolar, a família e a comunidade. "O orientador acompanha a individualidade de cada educando desde a parte acadêmica, pedagógica até a parte social e cultural. Este profissional é responsável por ajudar, por acompanhar, por tentar amenizar os conflitos e até mesmo as dificuldades que vão se apresentando na escola", detalha Alisson.

*Responsabilidades* 

Apesar de não serem responsáveis oficialmente pela parte pedagógica, as atribuições do orientador educacional estão ligadas à questões pedagógicas. Integram as responsabilidades do profissional o acompanhamento dos alunos que possuem algum laudo médico de transtorno que impacte ou não o processo de ensino e aprendizagem; a aplicação de sanções disciplinares caso seja necessário e perceber o funcionamento do ensino junto ao professor e ao aluno e junto à escola e à família.

"Sua ação prevê um planejamento que integre todos os participantes do processo de escolarização e aprendizado, de forma humanizada e que busque o  desenvolvimento físico, pessoal, intelectual e moral do discente. Faz parte de suas atribuições: participar do processo de recuperação e avaliação dos alunos, fazer o acompanhamento dos alunos e encaminhá-los para especialistas, quando necessário, participar do processo de integração entre escola, família e comunidade", explica Cleysiane Gomes, também orientadora educacional do Colégio Objetivo-DF.

*Do vocacional ao educacional*

De acordo com Cleysiane, inicialmente, a orientação educacional surgiu com uma proposta voltada para a orientação vocacional, com uma vertente de orientação profissional. Contudo, com o passar dos anos, a atual realidade das escolas tem demandado cada vez mais a presença de orientadores educacionais nas instituições. "Mediar conflitos, trabalhar a indisciplina, auxiliar os professores a lidarem com as limitações dos alunos, por exemplo, são necessidades que têm atraído esses profissionais para o âmbito escolar. Nessa perspectiva, o orientador desenvolve métodos que auxiliam a relação entre o corpo docente, o corpo discente e a comunidade, contextualizando as experiências a fim de atender às necessidades do aluno e de todos os envolvidos", comenta. 

Para Alisson, o papel deste profissional passou por um processo de ressignificação ao mesmo tempo em que a escola mudou. "Ele está mais próximo do aluno, faz uma mediação junto da escola e da família. O orientador está ali para ouvir e contribuir com o estudante naquilo que precisa, para ajudá-lo a fazer um processo de ensino e aprendizagem dentro daquilo que ele consegue, entendendo que cada aluno é um aluno, cada história é uma história e cada processo é único", acrescenta.

Nos últimos meses, tem se ouvido falar muito sobre segurança nas escolas e qual o papel de cada peça dentro dessa engrenagem. Com o orientador educacional não poderia ser diferente. Pelas vias do diálogo e do acolhimento, este profissional atua voltado para trabalhar a responsabilidade do educando frente às escolhas que tomou. "Além de ajudar o estudante a construir uma visão de ser pertencente e integrante no mundo", pontua Cleysiane. 

"Cabe ao orientador exatamente orientar, conversar, dialogar, ajudar a comunidade educativa a entender que é preciso encontrar o equilíbrio e caminhar pela via do diálogo para que, mesmo que a sociedade esteja adoecida, exista possibilidades de paz, de sanar os conflitos, de aceitação, de diversidade", destaca Alisson.