A AMAMENTAÇÃO SEGUNDO O MÉDICO CARLOS GONZÁLEZ
O
médico pediatra é uma das maiores referências em defesa da
amamentação no mundo. No mês de incentivo ao aleitamento materno,
conheça alguns de seus conselhos
O
leite materno oferece diversos benefícios que vão além de uma base
para o fortalecimento imunológico das crianças. De acordo com um
estudo realizado por pesquisadores do Hospital Infantil de Los
Angeles, na Califórnia (Estados Unidos), um carboidrato chamado
2'FL, presente no leite materno, consegue melhorar o
neurodesenvolvimento dos bebês. A pesquisa foi divulgada em abril
deste ano. Essa foi a primeira pesquisa realizada em humanos e
envolveu cerca de 50 mães e seus filhos. Não há dúvidas quanto
aos benefícios do leite materno e, por isso, o mês de agosto é
conhecido como Agosto Dourado, que simboliza a luta pelo incentivo à
amamentação, que além de trazer benefícios para a saúde, também
traz prosperidade econômica.
Durante
todo o mês, são celebrados a promoção, a proteção e o apoio ao
leite materno. A amamentação traz benefícios para o bebê e para a
mãe: ela protege do câncer de mama e os pequenos do sobrepeso e da
obesidade. Até os seis meses de vida, a recomendação é que eles
se alimentem somente do leite materno. A partir dessa idade, deve
receber alimentação complementar saudável, mantendo o leite
materno até os dois anos de idade ou mais, de acordo com o
Ministério da Saúde.
A
amamentação
Um dos
maiores especialistas do assunto no mundo e um dos ícones em defesa
da amamentação é o pediatra espanhol Carlos González, que possui
vários livros sobre o tema, dois deles publicados no Brasil pela
Editora Timo: Manual Prático de Aleitamento Materno e Um presente
para a vida toda – Guia do Aleitamento Materno. Para ele, o certo é
dizer que a amamentação não é um esforço ou sacrifício que as
mães fazem pelo filho, mas um direito. “É parte da sua própria
vida, do seu ciclo sexual e reprodutivo”, diz. González afirma que
um dos primeiros fracassos da amamentação e a administração
precoce de complementos (leite ou soro glicosado), com a falsa crença
de que nos primeiros dias a mãe não tem leite suficiente. “Muitas
vezes contribuímos para manter essa crença com frases como ‘no
princípio não tem leite, mas tem colostro’ ou ‘até o terceiro
dia o leite não desce’. O colostro não é nada mais que um tipo
de leite. O aumento da quantidade de leite não é brusco no terceiro
dia, mas é gradual desde o primeiro dia”, explica.
Ainda
de acordo com González, os recém-nascidos saudáveis que mamam no
peito em livre demanda não precisam de nenhum outro líquido. Isso
não significa “cada vez que ele chorar”, já que o choro é um
sinal tardio de fome. O ideal é oferecer o peito diante do primeiro
indício de que o bebê está disposto a mamar. “Antes de chorar, o
bebê mostra seu apetite com sinais precoces: aumento da atividade,
movimentos de procura, sons, chupando os punhos. Se o bebê não está
com a mãe é provável que ninguém observe esses sinais. Alguns
bebês começarão a chorar em alguns minutos e conseguirão mamar,
ainda que seja tarde, mas outros voltarão a dormir durante horas”.
Sucção
Um
problema relatado por muitas mães é o de sucção, principalmente
no uso de chupetas e mamadeiras. Muitas acham que o bebê prefere a
mamadeira porque mamar assim é mais fácil e cômodo. Na verdade,
para ele é mais cômodo mamar no peito, que está anatomicamente
preparado para isso. Foi comprovado que os prematuros mantêm uma
temperatura, frequência cardíaca e saturação de oxigênio mais estáveis quando mamam no
peito do que na mamadeira. “Acontece que mamar no peito e na
mamadeira exigem movimentos muito diferentes da língua. No peito, o
movimento é para dentro para tirar o leite. Ao mesmo tempo, esse
movimento tende a introduzir o peito cada vez mais para dentro da
boca. Na mamadeira o leite sai sozinho e o bebê move a língua
ritmicamente para fora, para interromper o derrame de leite e poder
mamar. O bebê que tenta tomar uma mamadeira como se fosse peito
engasga, fica nervoso e a rejeita e a mãe interpreta como uma
rejeição ao peito”, conta. E vale sempre lembrar: “o peito não
proporciona só nutrição, mas também contato, carinho e consolo”,
finaliza o médico.
Esses
e outros conselhos do Dr. Carlos González podem ser encontrados nos
livros Manual Prático de Aleitamento Materno e Um presente
para a vida toda: www.editoratimo.com.br.
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